Maria Luisa Merkert, co-fundadora e primeira Superiora Geral da Congregação das Irmãs de Santa Elisabete, nasceu em 21 de setembro de 1817, em Nysa, na Silésia Alta, região da atual Polônia. E por iniciativa de Clara Wolff, em 1842, ela, juntamente com sua irmā, Matilde Merkert, e com Francisca Werner, fundou, em sua cidade natal de Nysa, a Congregação das Irmãs de Santa Elisabete. Logo, com o objetivo de cuidar dos pobres e doentes abandonados em suas casas.
E assim, destacou-se pelo seu grande amor a Deus e ao próximo, como também pela sua extraordinária compaixão por todos os necessitados. Em tudo, sua profunda fé, sua esperança inabalável e sua forte confiança, foi preenchida pela Divina Providência. Sua incrível força interior provinha de uma intensa vida de oração, marcada pelo amor à Eucaristia, ao Coração de Jesus, à Mãe de Deus e à Santa Elisabete da Hungria.
Contudo, o trabalho espiritual da beata Maria Luisa Merkert é impressionante. Enquanto estava à frente da Congregação, atraiu cerca de 500 jovens para servir aos mais necessitados, doentes e moribundos em suas casas. E este trabalho nasceu de uma fé profunda, animada pela oração, buscando e cumprindo a vontade de Deus.
A beata Maria Luisa Merkert fez de sua vida um presente para os outros. Ela serviu a todos os homens gratuitamente, independentemente de status, sexo, religião, a fim de salvar o pai ou a mãe de crianças pobres através de seu cuidado amoroso, bem como o filho mais querido e amado para pais angustiados. Mas ela também cuidava da família do paciente, que se encontrava em situação difícil, muitas vezes financeira, e que passava por um sofrimento extremamente pesado e duradouro de um ente querido. Logo, ela procurava os doentes abandonados, os agonizantes, os moribundos, e estava presente com eles para que não se sentissem sozinhos quando deixassem este mundo.
Durante 22 anos, com sabedoria e justiça, esteve à frente da crescente comunidade das Irmãs de Santa Elisabete, abriu noventa casas religiosas, incluindo 12 hospitais, vários lares de idosos e órfãos. Essas obras de caridade são uma imagem material da bênção de Deus que repousa sobre a Congregação. Como “mãe querida de todos”, “mãe dos pobres” e “samaritana da Silésia”, tornou-se conhecida muito além das fronteiras da sua Silésia natal. Em 14 de novembro de 1872, faleceu, exaurida de labor e enfermidade, em odor de santidade. Suas relíquias se encontram na Igreja de São Tiago e Santa Inês, em Nysa. Em 30 de setembro de 2007, foi beatificada, e a celebração litúrgica da Beata Maria Luísa Merkert comemora-se em 14 de novembro.
Porém, a fama de santidade de Madre Maria durou não apenas durante sua vida, mas também se consolidou e se espalhou após sua morte. As obras que deixou não morreram, mas tornaram-se parte permanente da história da Silésia e da Europa. A memória de sua vida santa sobreviveu aos nossos tempos e se estendeu ao Brasil, Lituânia, Rússia, Ucrânia, Tanzânia, Israel e outros países. Confiamos que continuará a ser relevante.
Ao longo de mais de 160 anos, Madre Maria tornou-se modelo para cerca de 10.000 Irmãs de Santa Elisabete, muitos leigos, bem como membros da Comunidade Apostólica de Santa Elisabete, que como ela quer fazer o bem, servir ao próximo e implantar nos corações humanos a verdade de que Deus é Amor. Nesse sentido, a mulher “Samaritana da Silésia” vive na história temporal, na dimensão humana e social.
Testemunhas oculares relatam: ela muitas vezes dizia às Irmãs: para os pobres que vêm no lugar de Deus, a comida deve ser saborosa; Deu aos pobres as últimas batatas, o último pedaço de carne, o último centavo das doações do convento, mas também não se sentou à mesa quando soube que os pobres ainda não tinham recebido comida. Podemos ver uma ilustração precisa da atitude interior de Madre Maria Luísa em sua declaração: o que damos deve ser bom, teríamos que nos envergonhar se o Salvador estivesse diante de nós com roupas velhas ou uma camisa que Ele recebeu de nós. Ela considerava o dom dado aos pobres como um dom ao próprio Cristo, que se identifica com os pobres. Uma das Irmãs escreveu: “Quando, um dia, a Madre estava voltando da igreja, havia uma pobre mulher no portão que pediu um par de sapatos. A madre tirou os próprios sapatos e entregou-os à mendiga”. Este ato de misericórdia é um sinal que diz à pobre mulher: tu pertences à nossa família, partilhamos contigo não o que temos em excesso, mas o que temos de fato.
Madre Maria Merkert também vive fora da história – em uma dimensão atemporal e sobrenatural. Ela continua a fazer a vontade de Deus por nós, embora nem sempre tenhamos consciência disso. A sua intercessão junto de Deus por nós, peregrinos nesta terra, manifesta-se em numerosas graças, milagres e curas. Sacerdotes, irmãs e devotos informam sobre isso, que confiam suas famílias, filhos, entes queridos, assuntos difíceis, muitas vezes sem esperança, e pedem a sua intercessão junto a Deus.
Beata Maria Luísa Merkert, a Samaritana da Silésia, rogai por nós.